Sigmund Freud
Viver e conviver com você mesmo, as vezes, é um processo exaustivo. Descobrir
onde te dói, onde te arde, onde te cala, onde te faz sorrir demanda uma energia
que nem sempre temos. Nesse caminho que se percorre você aprende a resignificar
conceitos, pessoas, situações. Não é fácil.
Entende que terão perdas, que você
não quer, mas que só com a aceitação delas é que seus horizontes ficarão mais
limpos, claros, leves. Limpá-los cansa. Para aprender o que precisa ser limpo,
você precisa saber o que quer. Não necessariamente o que quer para 10 anos. Para
10 dias já está bom. Desconstruir a crença, o sistema educacional, a cultura
social, certos valores familiares e todas essas questões dentro de nós é
sufocante. Quantos mais muros você derruba, mais poeira levanta.
No final do
dia, quando está para terminar "seu serviço" você só enxerga poeira, ouve
barulhos e tem dificuldades para respirar. Voltamos para casa cansados. A
vontade de sentar no sofá, ligar a tv e não sair mais é enorme. O medo faz nosso
mundo ficar pequeno.
Mas daí... daí vem o milagre. Você acorda no dia seguinte e
ao olhar pela janela, você vê que todo aquele pó baixou, todo aquele barulho se
calou, respirar... respirar não dói como o dia anterior. Você consegue enxergar
o horizonte um pouco mais, você consegue ouvir a paz um pouco mais e a encher o
pulmão não só de ar, mas de luz. Ainda haverão muros seus a derrubar, ainda
terão muros que construirão a sua volta que vão te limitar e que, as vezes, você
vai deixar. Mas daí lembraremos da sensação. Aquela de olhar de manhã pela
janela e ver que você é responsável por aquela vista. Que foi você quem levantou
todo santo dia e foi a luta, que fez cada escolha, que escolheu (ou não) cada
pessoa para te ajudar nessa empreitada. E que vale a pena. Sempre vai valer a
pena. Sacramentar o amor.
Ouvindo: Isn't She Lovely - Stevie Wonder
C-Ya
=***
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