terça-feira, 27 de março de 2007

Carta de despedida


Amor, escrevo-te esta carta pois condeno-me e acuso-me de falsa amante e insana. Descobri hoje o que é amor e agora carrego o fardo da loucura e da desobediência, por isso perdoa-me pelas manchas de sangue que surgirão durante tua leitura desta carta. Pensei até em levar este segredo comigo, mas como descoberto, iria contra meus princípios. Amor não é 1 sentimento, mas sim a confusão de muitos deles Seria carinho e atenção, preocupação e sossego, sofrer para ser feliz, ser certo e errado, racional e irracional, complexo e simples, diferente e igual, confuso e consciente. Amor é ser inconseqüente, é transformar 2 em 1 só, é tornar-se louco, é cegar-se, é condenar-se, é dar um sorriso para cada lágrima já derrubada. Amar é usar pronomes indefinidos para explicar o que não se sabe. Querida, agora repouso meu corpo cansado sob a árvore que carrega nossos nomes. Sim, estou no campo florido onde nossos sonhos, nossos suspiros, nossas lágrimas, nossas carícias, ficaram guardadas. O sangue continua a escorrer e por mais que eu enxugue, essa ferida não cicatrizará. Agora a folha também será manchada pelas minha lágrimas. Não me canso de dizer: Você é a única que me faz sorrir e chorar ao mesmo tempo, você é a única que me faz viver. Tudo está escurecendo agora. Lembro-me de quando sussurrava teu nome no escuro, palavras eram vagas. Desculpa-me por demonstrar meu desconhecido amor com rosas desse campo. Pois descobri também que as rosas são mortais e meu amor por você é infinito. Afinal, por que as rosas têm que morrer?! Perdoa-me por não poder alcançar as estrelas que tanto te prometi. E é por isso que agora vou-me. Pretendo juntar-me a elas e dar teu nome à lua. Meu último pedido é que tomes a estrela mais brilhante como símbolo do meu amor por você, pois ela será a única que viverá e brilhará pela finita eternidade, mesmo estando sozinha na imensa escuridão. Cuida do meu corpo, cuida dos sorrisos que dei a você, cuida das minhas lágrimas, das minhas feridas. E, por fim, peço que em cada manhã abra as janelas do teu quarto e sorri, pois eu serei o sol que te aquecerá e a lua que te colocará a dormir. Penso se não estou sendo egoísta, mas amar é morrer por amor, é morrer por você. Como pode perceber pelas manchas, sangro mais a cada minuto. Agora só quero que saiba que nos imagino sentados aqui neste campo infinito, com o sol sendo morto pela lua e você, quieta, repousa tua cabeça no meu ombro e deixa minha mão acariciar teus cabelos. Sua respiração tira-me o fôlego. Vou-me, meu amor, e posso dizer, sem rastro algum de culpa ou peso na consciência que meu amor superou e foi muito além da razão e, finalmente, digo com todas as letras, num tom mais que verdadeiro... TE AMO!


Cici Pará





Prima Linda! ^^



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