Ainda pior que a convicção do não, e a incerteza do talvez,é a desilusão de um quase!
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas oportunidades que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor. Mas, se a virtude estivesse mesmo no meio-termo, o arco-íris seria em tons de cinza. O nada não ilumina, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Mas não são. Preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Para os erros há perdão, para os fracassos, oportunidade, para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas Vivendo que esperando... Porque, embora quem quase morreu esteja vivo, quem quase vive já morreu.
Luis Fernando Veríssimo
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