sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Tenho medos bobos e coragens absurdas.

Tati Bernardi





Falar sobre a falta que sentimos é como abrir uma caixinha de pandora. A falta pode estar relacionada à ausência de uma pessoa, mas também a um momento não vivenciado, um trabalho não conquistado, uma viajem não feita, um sonho não realizado. Essa sensação de incompletude por vezes nos deixa inquietos e nos leva a considerar sobre o que temos dado prioridade em nossas vidas.  
O que é importante hoje para você? Por que? O que a falta que você sente te faz buscar?
Quando tentamos buscar essas respostas acabamos entrando em contato com vulnerabilidades que nem sabíamos que tínhamos. Essa vulnerabilidade que nos mostra o que ansiamos, nos mostra o que precisamos para nos sentir completos. É aí que precisamos avaliar, de forma consciente, o que realmente faz parte da nossa essência ou faz parte de padrões determinados pelo externo. Essas faltas surgem de necessidades suas ou dos outros? Por que uma vez que começamos a nos preencher com experiências impostas por determinados conceitos da sociedade, sempre nos sentiremos vazios?
È preciso deixar de lado esses ruídos externos e, sobretudo, os ruídos internos também. Sentimentos como carência, por exemplo, acabam nos levando a sentir falta de coisas que nós nem queremos de fato. Acabamos fazendo projeções ou transferências de nossas faltas a pessoas/situações, enquanto que na realidade, é algo a ser resolvido dentro da gente. E isso leva tempo. 
Por isso essa busca de significados é dolorosa. Para descobrirmos o que realmente nos completa, precisamos nos autoconhecer, precisamos nos responsabilizar pelo o que sentimos, entender o porque de termos determinados vazios. Ao reconhecer e acolher nossas ausências conseguimos resignificar elas dentro de nós e assim crescer de forma saudável e transformar a dor da falta em força de vida.  
Quando compreendemos o que verdadeiramente nos falta, pegamos caminhos que nos levam a experiências, sentimentos e pessoas que nos alimentam de forma plena, trazendo o equilíbrio necessário para continuar nossa jornada.


Ouvindo: You Oughta Know - Alanis Morissette 


C - Ya


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